Espera Preto
Espera Preto
Tirado a força da sua Terra Natal, África, escravizado
Enjaulado feito animal, deram-lhe como leito, a senzala
A dor da desumanidade cortava feroz a carne preta, que sangrava, açoitado
No cativeiro, grilhões exauriram sua liberdade
Sangue jorrava de ti a cada chibatada, a cada maldade, ninguém via suas lágrimas
Mas tanta amargura, não corroeu vossa alma
Espera Preto
Na Pátria amada, idolatrada
Pra ti, nada de idolatria
Covardia, entre outras mil
Es tu Brasil, oh Pátria dos escravocratas
Ato falho, a princesa nunca foi nossa heroína.
Dandara sim, foi a mina
E o que dizer de outros mais, imortais
Zumbi dos Palmares, Sabotage, Racionais
Abdias do Nascimento, herói com reconhecimento
Luís Gama, abolicionista presente
Carolina Maria de Jesus, ensinou
Que ser pobre, não pode ser sina
E sofrimento de cor não é rima
Não espera mais nada preto.
Resistência vive, Ubuntu nos uni
Somos eu, você, somos nós, dentro e fora do gueto
Olhamos pra trás com sabedoria, não vamos esquecer, nem ignorar nossa valia guerreira
Resistência presente, para um futuro latente, Sankofa.
Adinkra nos representa em conceitos idealizados
Seu recado foi dado, o punho cerrado